O termo “seletividade alimentar” é frequentemente mal utilizado para descrever crianças com TEA. Ele descreve uma opinião forte sobre a comida, não uma recusa alimentar significativa.
O que fazer e o que não fazer
A presença de preferências alimentares em uma criança é a realidade cotidiana que todos os pais enfrentam. No entanto, em alguns casos, mesmo preferências aparentemente inócuas ameaçam se tornar mal adaptativas no futuro. Alguns pais percebem uma seletividade pronunciada já na infância, por exemplo, na fase de introdução de alimentos complementares, outros encontram comportamentos alimentares problemáticos mais tarde (dos dois aos cinco anos). Pesquisas mostram que pelo menos metade das crianças com TEA experimentam algum tipo de dificuldade alimentar. Freqüentemente, isso leva à formação de uma dieta extremamente limitada. Este último pode afetar significativamente o crescimento e o desenvolvimento da criança.
O que é seletividade alimentar?
É um comportamento alimentar excessivo ou desequilibrado em comparação com outras pessoas que têm uma maior variedade de pratos ou que fazem escolhas de alimentação mais saudável. Por exemplo comer em excesso certos tipos de alimentos (principalmente contendo carboidratos) e ignorar outros grupos de alimentos.
Nessa situação, o maior erro do meio que a família pode cometer é ignorar o real problema. Infelizmente, não vai acontecer uma mágica. O ganho de peso está longe de ser o único indicador de boa nutrição. Quaisquer dúvidas quanto ao comportamento alimentar devem ser discutidas em consulta com um pediatra ou nutricionista experiente. O especialista ajudará a avaliar os riscos e prever as consequências negativas. Anemia, diabetes, gastrite, obesidade, sistema imunológico fraco, pedras nos rins, distúrbios cognitivos e comportamentais são apenas o começo de uma longa lista.
Quando você deve se preocupar?
A criança (quase) não come alimentos de diferentes grupos: cereais, vegetais, frutas, carnes, aves, frutos do mar, laticínios, etc.
A criança consome pouco líquido (sem incluir sucos e refrigerantes).
A criança é muito diferente de seus pares em termos de desenvolvimento físico (altura, peso, atividade física, etc.).
Muitas vezes, durante uma refeição, a criança mastiga por muito tempo/pouco tempo, tem pressa para engolir, tosse, engasgo e ocorrem episódios de vômito.
Muitas vezes, durante as refeições (inclusive ao tentar introduzir novos produtos), a criança grita, foge da mesa, chora, joga comida, etc.
Existe algum critério que determina a escolha da criança (apenas pratos de restaurante, apenas purê, apenas uma marca de fabricante, apenas uma cor de alimentos, etc.).
A criança concorda em comer/beber apenas sob uma série de condições ou rituais que a deixem “confortável”.
A criança prefere colocar/lamber objetos não comestíveis na boca ao invés de alimentos.
Atenção
Não pense que algo tão criterioso será fácil de mudar sem suporte competente e sem um plano bem definido.
Tentativas caóticas de lidar com um problema dessa complexidade não são a melhor saída. Isso só vai gerar estresse para você e sua criança.
Não ache que é impossível mudar esse o quadro de seletividade. Mesmo que você já tenha tentado várias vezes antes e falhado.
A proposta dessa postagem é te dar esperança e um passo a passo para que você use como bússola. Caso algo dê errado, não se desespere, respire, volte ao passo anterior e continue tentando.
Como ajudar sua criança com seletividade alimentar.
PASSO 1. Especificação do problema
Abaixo, fornecemos uma triagem básica para iniciar.
Especifique tanto quanto possível como a seletividade alimentar se manifesta. Uma formulação clara facilitará a formulação do problema, bem como a posterior comunicação com o meio.
Certo | Errado |
Criança foge da mesa toda vez que coloco um novo produto para ele em um prato. | Criança não come quase nada. |
Criança come apenas um certo conjunto de guloseimas: batatas fritas, biscoitos salgados, chocolates, sorvetes. A todas as novas sugestões para experimentar outras comidas, ele cai no chão e começa a gritar e chorar alto. Esse comportamento pode durar uma hora ou mais até eu limpar a mesa. | Criança adora doce e salgado, todo o resto é nojento para ela. |
Criança grita e recusa comida que não consegue contar facilmente antes de começar a comer: por exemplo, mingau. Se ele pode ser persuadido, ele tenta contar as colheres ou começa a dividir metodicamente a comida em partes. Por exemplo, rasgar carne cozida em fibras. No processo, o filho arruma a sujeira, a alimentação é adiada por uma ou duas horas. Se ele começar a contar, não parará até terminar. | Criança é travessa se não gosta do prato, se comporta de forma inadequada, rasga a comida com as mãos e demora muito tempo comendo. |
PASSO 2. Você precisa de uma rede de apoio comprometida
A primeira coisa a ter em mente é que familiares que moram com a criança, a equipe de terapeutas, os professores e demais profissionais da escola, os médicos, todas as pessoas que tem relação com a criança precisa saber do transtorno, sua gravidade para a sua saúde e a importância que cada um tem no processo
Reúna sua família, conte a todos os parentes sobre a situação atual e discuta como você pode lidar com isso. Obtenha a compreensão de todos e, o mais importante, o comprometimento
O que precisa ser discutido:
- Participação no acompanhamento do comportamento da criança;
- Consentimento para alteração/ampliação da dieta e ingestão alimentar, incluindo todos os membros da família;
- Interrupção imediata de ações erradas.
O que são ações erradas? Algo que não traz resultados que a criança precisa.
Geralmente são: prometer algo se a criança comer, expulsão da mesa, forçar que ela coma ou entregar secretamente alimentos proibidos, etc .;
Apoio na organização e intervenção
— Família e Professores
Por exemplo, você pode orientar os cuidadores sobre a quantidade de comida oferecida e como os adultos devem responder caso aja recusa.
— Psicóloga/analista comportamental
O critério de seleção para este membro da equipe é ter uma experiência bem-sucedida trabalhando com transtornos alimentares/transtornos alimentares. O melhor é encontrar alguém especializado nessa área.
O que um analista de comportamento responsável deve fazer:
- Conversar com as famílias e professores para obter detalhes.
- Fornecer questionários, dizer-lhe como manter um diário alimentar, etc.
- Observar diretamente as refeições para registrar o que acontece antes, durante e depois do início do comportamento problemático.
- Se necessário, organizar um procedimento de análise funcional para identificar inequivocamente os fatores significativos que influenciam o comportamento da criança.
- Realizar testes de preferência e estabelecer os incentivos motivacionais mais eficazes.
- Auxiliar na seleção de alimentos-alvo, bem como na coleta de dados iniciais mostrando exatamente como a criança responde a eles.
- Planejar a intervenção desenvolvendo as estratégias mais adequadas e pactuando-as com todos os membros da equipe.
- Ajustar a intervenção se não for eficaz o suficiente.
- Após a conclusão da intervenção, forneça uma série de recomendações para consolidar o resultado.
– Médicos: pediatra, nutricionista, neurologista, gastroenterologista, etc.
Antes de iniciar ações ativas, é necessário consultar pelo menos um pediatra e um nutricionista.
- O pediatra avaliará o estado geral e prescreverá estudos complementares, redirecionando para profissionais especializados.
- O nutricionista responderá se a dieta atende às normas de idade, se há deficiências e também indicará alimentos ou combinações de alimentos que já são prejudiciais ou podem prejudicar a saúde da criança.
- O neurologista determinará o nível de desenvolvimento das habilidades motoras orais, determinará se há dor, problemas de deglutição e mastigação, etc.
É a avaliação médica que afetará o curso da intervenção posterior. Falaremos sobre isso abaixo.
PASSO 3. Exame médico
– Também é possível envolver pares que concordam em ser modelos positivos durante as refeições
Ao lidar com comportamentos complexos, como comer, é extremamente importante investigar as causas médicas e descartar contra-indicações antes de iniciar uma intervenção. Refluxo, infecções latentes do trato respiratório superior e trato gastrointestinal, síndromes dolorosas, distúrbios da inervação do trato digestivo, reações alérgicas, parasitas, etc.
Não pule esta etapa. É importante ter certeza de que a introdução de novos produtos será benéfica e não prejudicará a saúde da criança. Todas as ações posteriores dependem diretamente da opinião médica.
[Veja também: Quais os tratamentos para autismo]
Quais são as opções?
Proceder à intervenção comportamental após consulta com o pediatra;
Realizar a intervenção, sistematicamente observada por um médico;
Adiar a intervenção até liberação médica;
Escolha um programa de reabilitação mais intensivo que envolva suporte médico contínuo.
PASSO 4. Observação
Antes de fazer qualquer coisa, reúna informações sobre a situação atual que você planeja mudar. Recomendamos que você faça isso por escrito na forma de um diário detalhado imediatamente após cada refeição por três a cinco dias. Você também pode filmar alguns comportamentos problemáticos para outros membros da equipe revisarem.
O que deve ser registrado?
Horas de início e término das refeições. Incluindo lanches.
Isso ajudará a tirar conclusões sobre a natureza da dieta da criança.
Produto específico e volume proposto.
Também recomendamos que você anote pontos como composição, cor e forma, cheiro, sabor, textura, temperatura, origem, fabricante, natureza da embalagem, local, modo de preparo e serviço.
Para muitas crianças com TEA, a sensibilidade a certos sinais é um fator significativo na escolha dos produtos. Alguns buscam sensações específicas e, portanto, comem demais os tipos apropriados de alimentos, enquanto outros, ao contrário, evitam certos estímulos.
Separadamente, vale indicar se o produto é familiar, totalmente novo ou conhecido, mas anteriormente rejeitado por uma criança.
Quantas colheradas a criança come sem comportamento indesejado. Ele faz isso sozinho ou com ajuda física?
Rotinas e Rituais
Estamos falando de padrões comportamentais estáveis que são indissociáveis da ingestão alimentar e causam resistência ao tentar uma intervenção externa. Por exemplo, após cada colher, a criança derrama a próxima na mesa e limpa cuidadosamente a mancha ou organiza os talheres de forma peculiar.
Formas de comportamento problemático e a reação dos outros a elas.
Lista de comportamentos (não exaustiva):
Expressa insatisfação, mas começa a comer.
Silenciosamente recusa comida de maneira aceitável.
Recusa gritando, chorando.
Afasta o prato, a mão com a colher, vira, foge.
Envolvido em outras atividades: brincar com eletrodomésticos, etc.
Cuspir comida, engasgar/cuspir/tossir deliberadamente.
Ele vira o prato, tira a toalha da mesa.
Joga ou cospe comida nos outros.
Apresenta formas mais perigosas de agressão física (bate com o punho, tenta golpear com aparelho, etc.).
Mostra qualquer forma de comportamento autodestrutivo (começa a roer um garfo com os dentes, morde a língua, etc.)
A criança vomita ou induz o vômito.
Além disso, registre como exatamente os outros reagem ao comportamento problemático.
Exemplos:
Avó remove o almoço e dá panquecas com geléia.
O pai expulsa a criança para fora da cozinha, mandando ir para o quarto dela.
Todos sentados à mesa começam a persuadir a crinça a experimentar a beterraba.
PASSO 5. Escolhas alimentares e estabelecimento de metas
Na hora de escolher os alimentos, siga as recomendações de um nutricionista ou pediatra. Faça um conjunto de 15 a 20 tipos de alimentos que são mais nutritivos, porém em quantidade relativamente menor. Critérios adicionais serão:
- prevalência ou popularidade,
- facilidade de preparo,
- possibilidade de combinação harmoniosa com a dieta habitual,
- relativa compatibilidade com as preferências da criança,
- probabilidade de que a criança concorde em experimentar.
Não introduza mais de três tipos de alimentos ao mesmo tempo.
Escolha produtos individuais. Um vegetal é melhor do que uma salada. Posteriormente, você pode ensinar seu filho a fazer refeições combinadas.
O produto alimentar, o modo de preparo e serviço deve corresponder ao nível de interesse e habilidades da criança e ser extremamente seguro para a saúde. Se a criança tiver dificuldade para mastigar alimentos sólidos, corte-os em pedaços menores ou amasse-os. Para constipação, não dê bolos frescos ou arroz. Certifique-se de remover os ossos de peixes e aves. A última coisa que você quer é que sua criança associe peixe a engasgo
Comece pequeno. Pode ser uma porção do tamanho de uma ervilha.
Determine quando, o que exatamente, quanto e como a criança vai comer.
Exemplo: “Em 30 dias, ela comerá independentemente meio pepino descascado cru, uma maçã assada inteira e 2 costeletas de frango por dia.”
Se a apresentação de um alimento da lista anteriormente causou um comportamento problemático instantâneo, guarde-o para mais tarde (quando a probabilidade do comportamento cair para quase zero) ou substitua-o por outro nutricionalmente semelhante.
Não ofereça ao seu filho algo que você mesmo recusaria ou que não está pronto para comer regularmente.
Alimentos selecionados devem, se possível, estar presentes na dieta geral ou ser coordenados com outros e introduzidos.
Certifique-se de que as pessoas no ambiente não farão comentários críticos sobre a escolha dos alimentos postos à mesa. Seria um péssimo estímulo que alguém estivesse torcendo o nariz ou reagindo de qualquer forma negativa.
Defina a próxima meta quando a anterior for alcançada.
Por exemplo, a meta número 1 foi alcançada: “Maria comerá uma colher de sopa 90% do tempo por três sessões seguidas”. No futuro, o número de colheres pode ser aumentado gradativamente.
PASSO 6. Preparando o ambiente para a intervenção
Antes de iniciar a intervenção, tenha o cuidado de organizar o tempo, o espaço e os participantes. É importante criar um ambiente extremamente estruturado. A “hora da refeição” deve ser clara e previsível para a criança.
Recomendação | Explicação | Exemplo |
Uma sessão de treino por dia | Não tente introduzir novos alimentos a cada refeição. | Escolha um período de tempo específico. Uma hora, meia hora antes do almoço. |
Tempo de sessão. Todos os alimentos da casa (especialmente favoritos) sob a estrita supervisão de um adulto | A criança deve estar com muita fome e estritamente limitada em lanches.Se necessário, primeiro insira a dieta, removendo o livre acesso aos alimentos. | Programe a sessão de forma a não interromper as atividades altamente motivadoras da criança (assistir desenhos animados, etc.). Deixe a sessão de treinamento, por exemplo, fazer parte de uma rotina visualizada. Tarde após o passeio. Já se passaram pelo menos três horas desde a última refeição. |
Duração | A sessão não deve durar mais de 30 minutos. Defina uma duração razoável e termine a sessão no horário, independentemente da presença de comportamento problemático. | A sessão terminará quando passarem 25 minutos ou a criança tiver comido 8 colheres. |
Escolha 1-2 produtos e como eles são servidos. | Permite que você alcance rapidamente o sucesso e passe para o próximo produto da lista. | Abobrinha, em forma de purê. |
Prepare o tamanho da porção planejada. | Quanto uma criança deve comer para uma reação? Quanto por toda a sessão? | Entre uma colher e cinco colheres de chá no total. |
Pratos | Confortável, de acordo com a idade da criança, suas preferências. | Prato branco com unicórnio e colher rosa. |
Lugar | Escolha um lugar com o mínimo de distrações. Remova estímulos, se houver. | Remova o quadro da parede oposta, coloque uma cortina na janela, tire a TV da cozinha. |
Adultos | Máximo dois instrutores. | Mãe e professora. |
Requisitos de independência | Não faça exigências adicionais à criança. Deixe-a agir de acordo com sua capacidade atual: Se ele come sozinho ou com ajuda, com ou sem talheres. | Se for o caso, deixe-a comer com a mão. |
Apresentação de comida | Escolha um ritmo constante que melhor se adapte ao seu filho. | 1 colher a cada 30 segundos. |
Assento | De acordo com a idade, peso, altura da criança, comportamento à mesa, habilidades físicas e preferências. Considere a segurança. Não escolha uma cadeira que a criança possa balançar, fazendo-a cair. Se forem usadas cintas, elas não devem causar dor ou deixar marcas. | Uma pequena cadeira alta aparafusada ao chão para um menino de 3 anos. |
Instruções e dicas | Planeje seu texto. Decida quais dicas você usará e como removê-las. Use suporte visual, se necessário. | O instrutor diz: “Coma” e aproxima o prato.Ou o instrutor mostra imagens “primeiro-depois”. |
Reforço | Prepare com antecedência os estímulos motivacionais eficazes selecionados durante o teste. | Esses itens ficarão em uma caixa transparente ao seu alcance, numa mesa próxima. |
PASSO 7. Aplicação de estratégias comportamentais comprovadas para seletividade alimentar
Estudos apontam os métodos mais eficazes de análise comportamental aplicada no tratamento de transtornos alimentares.
Sugestão de literatura:
Ao discutir a natureza da intervenção com o analista comportamental, pergunte sobre:
Quais são as várias opções de intervenção;
Quais são suas vantagens e desvantagens;
É compatível com as suas circunstâncias: por exemplo, você será capaz de conduzir sessões de treinamento sozinho após um curto treinamento ou é necessária a participação constante de pessoal treinado;
Quais estratégias, segundo o analista, serão mais eficazes no seu caso.
Conte também em detalhes o que você já fez e o sucesso de suas tentativas.
Freqüentemente, crianças com TEA se comportam de maneira indesejável para evitar comer. Nessa situação, expulsar da mesa ou privá-lo do café da manhã significa agravar a situação. Ameaças (“Não coma sopa, sem sorvete para você!”) E outras práticas punitivas podem levar a que a criança não cumpra os requisitos, mas aprenda a conseguir o que deseja, contornando o adulto.
Além do reforço positivo, o arsenal do analista comportamental inclui ferramentas bastante desagradáveis (o “método da colher que não desaparece”) e outras mais suaves. Vamos falar brevemente sobre alguns destes últimos.
Método | Descrição |
Dessensibilização sistemática | Caracteriza-se por uma introdução do produto muito suave e menos estressante. A criança passa por uma série de condições sucessivas. No início, ele geralmente só precisa ficar perto de certos alimentos por um curto período de tempo. À medida que a criança avança, a distância entre a boca do bebê e a comida diminui gradativamente. A criança aprende a tocar no produto, cheirar, beijar, lamber, etc. |
Mudança gradual nas características do estímulo (textura, cor, forma, quantidade, etc.) | O produto, antes não rejeitado pela criança, vai se transformando gradativamente (composição, aspecto, quantidade) a tal ponto que é totalmente substituído pelo desejado.Para ensinar Antônio a beber leite, um novo líquido foi aos poucos despejado na água que ele consumiu com calma. No começo era apenas 5% do total, depois 10% e assim por diante. |
Apresentação simultânea de estímulos | O alimento habitual ou preferido é fornecido ao mesmo tempo que o novo produto. Por exemplo, em uma colher está um pedaço do seu queijo favorito e uma ervilha. A quantidade de queijo pode então ser gradualmente reduzida. Se os produtos estiverem bem combinados (iogurte e bolinhos), eles podem continuar a ser servidos juntos. |
PASSO 8. Alteração da intervenção na seletividade alimentar
Registre sistematicamente os resultados atuais. Preste atenção especial à correção de episódios de comportamento problemático. Isso é necessário para avaliar o progresso e responder oportunamente à sua falta. Discuta a situação com a equipe semanalmente. Você pode precisar de uma abordagem mais abrangente ou pode ser suficiente fazer pequenas alterações em seu plano atual.
Não pare de interferir depois de algumas tentativas fracassadas. Você sempre pode alterar as condições de entrada:
Tamanho da porção, cor do produto, modo de preparo;
Procurar incentivos motivacionais mais eficazes;
Divida a meta em submetas (“Não morda”, por exemplo, mas “toque com os dentes”);
Mude o horário do treino, adivinhando o momento em que a criança sentirá mais fome.
Analise possíveis lacunas de habilidades e tente preenchê-las primeiro.
Por exemplo, ensinar uma criança a sentar-se à mesa sem comportamento problemático por três minutos ou a pegar com calma os legumes picados com as mãos.
PASSO 9. O que vem depois?
O trabalho de introdução de um novo produto não termina quando uma criança come tranquilamente algumas colheradas em uma sessão de aprendizagem. Recomendamos não descansar sobre os louros e trabalhar para consolidar o resultado e generalizá-lo:
Introduza o produto como parte de uma refeição regular e aumente gradualmente a quantidade conforme necessário.
Se anteriormente a ingestão do produto foi especialmente reforçada, reduza sistematicamente esse momento introduzido. Por exemplo, passe de incentivos financeiros para elogios, de elogios para comentários neutros. É desejável que, no final, apenas o reforço natural permaneça: uma sensação de saciedade, recebendo gosto e outras sensações agradáveis.
Comece a combinar o produto com outros pratos.
Ofereça o produto em diferentes lugares e para diferentes pessoas. Se possível, varie as condições ambientais regularmente.
Ensinar a tomar o produto preparado de forma diferenciada;
Por fim, você também pode desenvolver uma atitude positiva em relação à comida e à alimentação por meio de várias atividades e desenvolvimento da comunicação:
Expanda o vocabulário do seu filho sobre um tema gastronômico. Dê ao seu filho meios verbais ou outros para expressar suas necessidades.
Ensine a pedir determinados produtos, esclareça suas características, o tamanho da porção desejada e o modo de preparo.
Desenvolva habilidades domésticas relacionadas a cozinhar e servir comida. Em outras palavras, envolva seu filho na ajuda na cozinha, no planejamento do cardápio ou nas compras.
Incorpore temas em cenas de jogo pré-existentes ou outras atividades favoritas para seu filho. Portanto, se seu filho gosta de folhear revistas, compre para ele algumas amostras coloridas sobre um tema culinário.
De vez em quando, adicione sistematicamente alimentos completamente novos à mesa e incentive qualquer tentativa de contato positivo com alimentos desconhecidos: olhar, cheirar, tocar, saborear.
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Continuaremos a abordar essas e outras comorbidades relacionadas ao autismo em artigos futuros. Fique conosco!