Quando recebemos o diagnóstico de autismo do meu filho, fiquei assustada e cheia de dúvidas sobre como ajudá-lo a se desenvolver da melhor maneira. Foi uma fase de muitas pesquisas, conversas com especialistas e, claro, tentativas e erros. Com o tempo, descobrimos que não existe um tratamento único, mas sim uma combinação de abordagens que funcionam de acordo com as necessidades da criança. Aqui, vou compartilhar um pouco do que funcionou para nós nessa jornada de descobertas e avanços e quais tratamentos para o autismo nos ajudou.
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Terapias Comportamentais: Análise Comportamental Aplicada (ABA)
A Análise Comportamental Aplicada (ABA) foi uma das primeiras terapias que exploramos. Esse método baseia-se na ideia de que comportamentos podem ser moldados com reforços positivos e consequências bem estruturadas. No início, o processo pode parecer repetitivo, mas ao longo do tempo, ele começou a entender que suas ações tinham resultados específicos. Por exemplo, quando ele pedia algo educado, recebia o que queria, e isso encorajava a repetição desse comportamento positivo.
No caso do meu filho, a ABA ajudou principalmente nas interações sociais e na comunicação, áreas que ele encontrou mais dificuldades. Não se trata de regras importantes, mas de criar oportunidades de aprendizado nas atividades cotidianas. A cada pequeno avanço, como manter contato visual ou usar palavras em vez de gestos, celebramos juntos. Foi um caminho de descobertas, com muita paciência, mas que trouxe ganhos importantes para o desenvolvimento dele.
Fonoaudiologia: Melhorando a Comunicação
A fonoaudiologia teve um impacto enorme na vida do meu filho. No início, ele apresentou dificuldades para expressar suas necessidades e emoções, o que gerou frustrações e alguns comportamentos mais desafiadores. O trabalho com o fonoaudiólogo não apenas ajudou a desenvolver a fala, mas também estratégias alternativas dinâmicas, como pictogramas e comunicação visual , para facilitar a interação.
Com o tempo, ele começou a expandir seu vocabulário e usar mais palavras, o que teve um efeito muito positivo em sua autoestima. Além disso, o fonoaudiólogo trabalhou em conjunto com a escola, criando um ambiente de aprendizagem alinhado. Isso possibilitou que ele usasse novas habilidades tanto em casa quanto na sala de aula, promovendo mais confiança e independência na comunicação.
[Leia: Ajudando seu filho com autismo a prosperar]
Terapia Ocupacional e Fisioterapia: Habilidades Motoras
A terapia ocupacional foi essencial para ajudar meu filho a lidar com as dificuldades motoras finas e sensoriais. Atividades simples, como segurar uma caneta ou vestir-se, eram grandes desafios no início. O terapeuta ocupacional criou uma série de atividades lúdicas e funcionais, como brincar com blocos ou jogos de desenvolvimento, para desenvolver essas habilidades de maneira divertida e menos estressante.
Além disso, a fisioterapia também fez parte da nossa rotina. Meu filho tinha dificuldades com equilíbrio e eficiência motora grossa, o que impactava em sua interação social e até nas brincadeiras com outras crianças. As sessões de fisioterapia melhoraram essas habilidades, permitindo que ele se sentisse mais confiante em atividades físicas, seja na escola ou no parque. Com o tempo, vimos progressos incríveis em sua cooperação e na maneira como ele se move no dia a dia.
Terapia Nutricional: Um Olhar Especial para a Alimentação
[Leia: Seletividade Alimentar em Crianças com TEA]
A terapia nutricional trouxe uma nova perspectiva para nossa rotina alimentar. Como muitas crianças com autismo, meu filho enfrentava seletividade alimentar , o que dificultava garantir uma dieta equilibrada. Consultar um nutricionista especializado foi essencial para adaptar o plano alimentar às suas preferências e necessidades, sem forçar mudanças abruptas. Apresentamos novos alimentos de maneira gradual, respeitando suas sensibilidades sensoriais.
Além disso, o nutricionista nos ensinou a preparar refeições que mantinham o interesse dele pela comida, variando texturas e sabores de uma forma que ele aceitasse melhor. Com o tempo e paciência, conseguimos expandir as opções alimentares dele, garantindo que receba os nutrientes necessários para seu desenvolvimento sem aumentar sua ansiedade durante as refeições.
Conclusão
Tratamentoa para o autismo envolve um caminho de descobertas, desafios e, principalmente, muita paciência. Cada criança no espectro tem necessidades únicas, e encontrar as terapias adequadas é um processo contínuo. No nosso caso, uma combinação de terapias comportamentais, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia e acompanhamento nutricional fez toda a diferença. O mais importante é contar com o apoio de uma rede de profissionais e familiares, criando um ambiente de cuidado e desenvolvimento para que a criança avance no seu próprio ritmo. Cada pequeno progresso é motivo de comemoração, e essa jornada, mesmo com suas dificuldades, é cheia de conquistas que tornam tudo mais recompensador.